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Resenha - Skinamarink: Canção de Ninar

Com uma proposta inusitada, Skinamarink chega nos cinemas para pegar o público pela apreensão

Para quem me conhece sabe que tenho um fraco para filmes de terror/horror, muito por ser o tipo de pessoa que se assusta fácil e, também, sou pego facilmente pela atmosfera que o filme deseja passar. 

Por esse motivo, é necessário começar a resenha deixando avisado que, sim, curti a forma como Skinamarink se apresenta e se desenvolve; além de admitir que o filme me pegou com algumas de suas decisões para condução do filme.

A escolha narrativa, de forma geral, é bem acertada e funciona bastante para que o espectador fique imerso na trama ao longo das quase duas horas de filme, sem contar que essa escolha é acompanhada de uma certa ousadia, que é não focar demais nos ambientes, apenas quando se faz realmente necessário. Isso nos deixa com uma sensação de desconforto e nos deixa apreensivos com o que o filme pode entregar ao longo do enredo.

É uma história que se preocupa mais em deixar quem assiste apreensivo, do que em dar sustos; tanto que, ao longo da película, tomei apenas um susto - um milagre, considerando que sou medroso para filmes do segmento -, porém mesmo com poucos momentos para sustos, o filme se agarra bem no clima que se propõe a trabalhar e faz isso com a devida consciência do que possui em mãos.

Com relação ao enredo em si, posso dizer que ele é competente em sua proposta, mas possui um ritmo lento, sem pressa de chegar ao cerne do problema pelo qual as crianças passam - sendo mais preciso dizer que, assertivamente, ele não se preocupa em explicar as situações estranhas; sem contar que a trama se foca mais em ser uma crescente ao longo do tempo, indo do incidente estranho que ocasionou nas crianças presas em casa sozinhas até os acontecimentos finais, do que em procurar motivos - muito disso, porque estamos vendo o filme pela ótica das crianças, que são as protagonistas do filme.

Outro ponto que cabe menção é como o filme é funcional na ambientação sem uma trilha sonora, sendo que boa parte do filme ouvimos o som dos desenhos na TV. Isso é bem eficiente, de modo geral, até porque ajuda em toda questão de imersão na trama, que mencionei anteriormente.

Claro que, nem tudo é um mar de rosas e, para começarmos, devo adiantar que não vejo Skinamarink como um filme para todos os públicos, em especial quando pensamos no fã mais casual do gênero terror/horror e semelhantes. 

Muito disso se deve, conforme dito lá em cima, ao fato do ritmo do filme ser lento e ele se apegar muito na narrativa mais focada em deixar o espectador apreensivo, deixar ele preso naquela ideia de uma assombração que não se pode ver, mais amedronta; é o tipo de coisa que te pega pelo medo do desconhecido e, a essa altura do campeonato, pode não funcionar com todos.

Também é preciso dizer que, ao todo, o filme tem 1h40, contudo daria para deixar com 1h30 cravada e, ainda assim, seria eficiente em sua proposta; sendo assim é um filme que pode soar longo demais para quem não conseguir abraçar a proposta do filme, muito por achar que há uma barriga na trama, ou achar que ela se arrasta.

No geral, o que posso dizer é que, apesar de pequenos pontos que podem não agradar a todos, Skinamarink é um filme que vale você dar uma chance e conferir pela experiência diferente que a obra entrega. 

É algo que, para quem curte obras como Atividade Paranormal, vem bem a calhar e presenteia com uma sensação de lugar comum - que sumirá minutos depois do início da película; sem contar que é um filme que não tenta ser mais do que é, pelo contrário. E, no fim, é justamente por ter plena noção do que se propõe é que o filme vale a pena e, sim, você deve dar uma chance ao filme.

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