Pular para o conteúdo principal

Primeiras Impressões - Trigun Stampede

Uma Surpresa (muito) bem vinda

Quando começou a temporada de Janeiro, havia decidido que só me focaria nos animês que já acompanhava e estavam com suas continuações em exibição, porém acabei por assistir os dois primeiros episódios de Trigun Stampede pela curiosidade (aliado a muitos elogios a animação do estúdio Orange).

Após dois episódios, me peguei apaixonado por essa nova visão da obra de Yasuhiro Nightow. Posso, inclusive, dizer que foi uma experiência bem interessante esta nova visão que foi entregue, uma vez que já tivemos uma adaptação feita em 1998 e lá haviam muitas coisas que respeitavam o material base, nesta adaptação, por sua vez, temos algo que faz jus ao que se refere o termo adaptar, uma vez que o conceito segue aqui, porém a forma como se constrói as coisas é diferente.


Temos um Vash pacifista, que tem a cabeça a prêmio e tal, contudo, nesta versão, as coisas possuem um ritmo mais próprio de desenvolvimento e carregam mais peso. Personagens como o Knives aparecem logo no início e, de forma geral, temos uma construção de universo que demonstra um desenvolvimento mais ágil se compararmos com a adaptação antiga e com o próprio mangá (Aqui vale o parênteses que o animê original se arrastou de forma episódica na maioria de seus 26 episódios por conta do mangá ainda estar em publicação e não ter apresentado todos os personagens e conceitos que a série possui).

No momento que redijo essas primeiras impressões já assisti o terceiro episódio - inclusive, é culpa deste episódio este texto existir - e, preciso dizer que a construção é bem estruturada e carrega o devido peso quando necessário, porque os dois episódios iniciais nos introduzem os personagens que são importantes, nos situam dentro do universo da série; porém é no 3º que temos um vislumbre daquele que será o principal vilão da série; vilão este que não fica devendo em nada e, de quebra, nos entrega um momento denso, que nos deixa perplexo em como não há qualquer escrúpulo para que alcance seu objetivo.

Cabe mencionar que o roteiro, mesmo sendo ágil na forma como entrega suas situações, tem um desenvolvimento bem dosado e sabe entregar bons momentos de comédia aliado aos momentos de seriedade. Não é algo destoante, digamos assim, porém entrega momentos bem dosados e que nos mantém vidrados em frente a tela.

Um ponto que não mencionei anteriormente, mas vale a citação: no Stampede não temos a Milly (que é a personagem que carrega uma arma gigante); no lugar dela temos um personagem exclusivo desta versão, que é o Roberto de Niro. Além disso, também se faz importante mencionar que a profissão da Merly e do Roberto é de jornalista - o que torna o objetivo deles conseguir compreender o Vash por meio de uma entrevista, isso inicialmente. 

No fim, acredito que posso dizer que Trigun Stampede é uma adaptação que vale o tempo investido, caso você procure uma ficção científica de qualidade. Claro que, para isso, você precisa desapegar totalmente do material base e, por tabela, compreender que a essência do original de Yasuhiro Nightow permanece lá. 

É uma obra que tem potencial para entregar muito e, para isso, só precisa seguir focando em entregar um roteiro competente, como vêm fazendo em seus episódios iniciais. Da minha parte, admito que a série conseguiu o que desejava: me prendeu, instigou e, de quebra, me fez ir atrás do original... e disso, tenho 0 reclamações.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Nefarious e a ideia de "conversar com o demônio"

Filme entrega uma construção interessante dentro de sua proposta, contudo há tropeços no caminho

"Elas por Elas" é um filme feito por mulheres para todos

As várias definições sobre mulheres e suas lutas

Coisas do Amor e o emaranhado de ideias para um confort movie

O tipo de filme que, sim, você precisa dar uma chance e entender que, as vezes, finais felizes não precisam fazer sentido