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Resenha – Cardfight!! Vanguard

Uma grata surpresa para quem nada esperava do animê com um jogo deveras interessante em um mundo com várias séries propagandistas

Sinceramente, quero começar esse texto dizendo que, na minha vida, há duas verdades universais sobre mim: 1º delas eu SEMPRE vou pagar pela minha língua; 2ª sempre que eu subestimo uma obra, ela me surpreende. Dito isso, posso dizer que a obra que estou fazendo review hoje é realmente uma grata surpresa, mais do que isso posso dizer que ainda estou com a memória fresca sobre a série – tendo em vista que acabei de assisti-la minutos antes de redigir esse texto.


Antes de tudo, vamos aos fatos: Cardfight!! Vanguard é um jogo de cardgame desenvolvido pela Bushiroad, com colaboração de Akira Ito (que trabalhou em Yu-gi-oh! R – Spin-off da série original, falo sobre algum dia) e de Satoshi Nakamura (Duel Masters). Para promover o jogo tivemos um mangá, que começou a ser serializado na Monthly Bushiroad desde 2010 e segue até hoje – com 11 volumes; e o animê que estreou em 2011 e segue até hoje com mais de 340 episódios no total.
O animê é dividido por arcos e, nesse texto, só falarei do primeiro deles. Mas vou deixar no fim desse texto a lista com todos os arcos até o presente momento. Enfim, vamos falar de sobre a série em si.
O primeiro arco é chamado apenas de Cardfight!! Vanguard e conta com 65 episódios, exibidos de janeiro de 2011 a março de 2012. É aqui que conhecemos toda mecânica do jogo – que segue com pouquíssimas alterações – e os personagens que nos acompanharão por boa parte dessa história; dentre eles, o protagonista, Sendou Aichi é o que mais merece “atenção”, digamos assim. Pois é através dele que vamos entendendo como funciona o jogo, as estratégias e até algumas maluquices que ocorre mais para frente.
Mas começando pela parte complicada, quero explicar logo que, se você não tiver paciência, esse anime não irá te atrair. Os episódios iniciais são mais do mesmo e, claramente, propaganda do jogo; digamos que a história só melhora depois de uns 15 episódios e, a partir daí, temos uma alta de qualidade no roteiro, porém nada que possa agradar aqueles que são mais exigentes quanto a roteiros extremamente complexos. Indo além, posso até adiantar que a história, de um modo geral, é simples e que é esse o ponto positivo e forte dela.
Tudo aqui pende para a simplicidade e envolvimento. Maior prova disso é que todo o plot que cerca os dramas dos personagens que vão aparecendo – Kai, Misaki, Kamui, Emi (a irmã do Aichi) e por aí vai – não é algo que você olha e pensa “wow! Isso é um drama pesado e triste”. Pelo contrário são situações que, geralmente, são carregadas de alguma emoção, mas ainda assim não apela para o choque e sim para a resolução mais simples e cativante.


Quando repito que simplicidade é a palavra-chave (não necessariamente com essas palavras), não é por leviandade; mas é porque tudo aqui é feito meio sem ambições demais, a começar pelo traço da animação. Raros são os momentos que temos uma animação de encher os olhos, geralmente é algo mais básico e feito para cumprir papel, idem as composições da OST, tudo feito com carinho, mas até certo ponto não havia alma ali. Parecia feito apenas para cumprir a regra e ponto; porém é quando chegamos na casa dos 25 episódios que temos a série mostrando a que veio, mesmo com a verba básica.
É a partir das nacionais que a série consegue te animar a acompanha-la e, com o passar dos episódios você passa a achar cada vez mais competente o que o roteiro tem para dizer, mesmo quando você precisa abstrair vários fatores – tipo o excesso de “Kai-kun” do roteiro, fato da imaginação no começo e por aí vai. A série consegue ser competente mesmo usando o médio padrão e, por incrível que pareça, consegue sair da zona de conforto dentro do que ela mesmo te entrega, tornando a experiência muito agradável.
Claro que, não podemos deixar de mencionar o cardgame – que é a merca principal da série. Ele é, particularmente, fácil de jogar; mesmo deixando transparecer o contrário em uma primeira olhada. Digo isso por experiência própria pois, no período que comecei a assistir o animê, eu joguei algumas partidas de Vanguard e, sério, é A MESMA COISA QUE SE VÊ NO ANIMÊ! A única exceção, com base nessa temporada, é apresentada mais para frente, porém dá para pegar as regras rápido e isso é divertido.
Além de tudo isso, dá para dizer que, no arco final, temos um plot twist BEM DOIDO e que se amarra direitinho, mas há um easter egg do arco seguinte em um episódio dentro da leva final e, para quem viu na época deve ter passado despercebido, porém quem assistir hoje sabendo das continuações conseguirá notar bem isso. Mas não é nada que estrague ou desmereça a série.
No fim das contas, creio que não adiante eu me estender muito e falar todos os plots da obra, até porque qualquer coisa que eu diga sobre essa primeira parte, vai estragar. Mas recomendo, assista e tire suas conclusões, pois esse é um animê que, mesmo comercial, consegue fazer o melhor com suas limitações e ainda se torna um bom entretenimento para quem procura isso. Fora isso, você ainda aprende a jogar um cardgame divertido e, de quebra, se encanta pelas arteworks das cartas – que são LINDAS PARA BAGAI!

Só para não perder a piada.

Em suma, assista Cardfight!! Vanguard, mesmo que seja apenas os episódios iniciais e, caso queira aprender sobre o jogo antes de ver, tem games para Nintendo DS e até cardshops que vendem as cartas e, em alguns casos, ensinam os iniciantes (aqui em SP mesmo você acha bastante, em especial no centro da cidade. Fora que há torneios de Vanguard). Fica aqui minha recomendação! E, antes que vocês perguntem, sim vou comentar todas as temporadas à medida que for terminando elas.
Abaixo segue as temporadas e os números de episódios de cada uma; e cabe menção que os 65 episódios de Cardfight!! Vanguard foram exibidos, além do território asiático, no Reino Unido e nos Estados Unidos, Já Cardfight Vanguard G foi exibido na Austrália.

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